O TIME PARA LONDRES!

NOTÍCIAS – Fonte: CDBA
Definida a tropa de elite da natação brasileira
12/05/2012
Rio de Janeiro/RJ – Acabou o vestibular e 18 nadadores brasileiros conseguiram vaga na “universidade” dos Jogos Olímpicos de Londres (ver lista no final). A Tentativa Olímpica de Natação terminou na noite deste sábado, 12/05, e encerrou a lista dos 10 eventos programados como seletivas para formar a seleção brasileira que irá aos Jogos Olímpicos de Londres, em agosto próximo.

No último dia, Glauber Silva colocou seu nome na lista ao fazer pela manhã 52s24 nos 100m borboleta. À noite, como ninguém o superou, sua vaga foi confirmada e o atleta de Brasília pode respirar aliviado e relaxar da tensão de meses de treinamento e da apreensão pelo estado de saúde do pai, José Cirilo, hospitalizado devido a um acidente vascular cerebral.

– Liguei para o hospital, mas não pude falar com meu pai. Ele já saiu do coma, mas ainda não pode falar. Cheguei no hotel e ria sozinho olhando para as paredes, mas não podia dizer que estava dentro. A ficha está caindo agora… Agora sim! – disse, visivelmente deixando para trás o peso da preocupação em perder o posto arduamente conquistado.

Comemorando discretamente, mas não com menos intensidade, o técnico Fábio Costa contou sobre o caminho difícil que percorreram até a vaga na Olimpíada. Falou que o objetivo em Londres é nadar melhor ainda e superar uma fase de cada vez.

– Eu considero essa uma prova recente para o Glauber. Ele começou a nadar os 100m borboleta em 2009, ainda no tempo dos trajes. Conseguimos fazer a transição dividindo a prova em varias partes. Doeu, mas ele conseguiu – disse Fábio.

Antes dos 100m borboleta do Troféu Maria Lenk, Fábio listou os motivos porque Glauber poderia nadar a prova em Londres como se fosse o próprio nadador falando e imprimiu a lista no centro de imprensa da competição. A relação foi parar na parede do nadador e serviu como motivação. Entre várias razões técnicas, o último tópico se destaca: “Tenho demonstrado uma força enorme de recuperação no esporte e na vida”.

– O Fábio sabe se está tudo bem ou não apenas me olhando. Me conhece muito e passamos muitas coisas juntos. Agora é treinar pra fazer bonito lá e comemorar depois – disse Glauber.
O último dia também fechou o time masculino de revezamento 4x100m livre. Estão confirmados na equipe Cesar Cielo, Nicolas Oliveira, Bruno Fratus e Marcelo Chierighini. Caso o Brasil leve um reserva, o tempo é o de Nicholas Santos.

Subindo degraus – Com índices mais fortes que os tempos ‘A’ estipulados pela Federação Internacional de Natação – FINA, a CBDA puxou ainda mais para o alto o nível técnico dos integrantes da seleção brasileira que estará em Londres. Em 10 oportunidades para obtenção de índice, 17 nadadores chegaram ao tempo para disputar uma prova individual.
O supervisor técnico de natação da Confederação, Ricardo de Moura, analisou o processo que formou o time de Londres.

– A natação hoje está no caminho da excelência e na medida que alguém faz o índice, a Tentativa se mostra necessária, principalmente aqui onde estamos fechando um ciclo olímpico. Ninguém chegou “caindo do céu”. Todos se prepararam quatro anos para poder nadar os Jogos Olímpicos. Adotamos essa Tentativa para corrigir qualquer problema que possa ter existido neste caminho. Foram muitas etapas, mas demos este limite para que eles tivessem tempo de preparação e pudessem melhorar seus tempos. Os critérios da FINA foram se tornando cada vez mais difíceis ao longo do tempo e da última Olimpíada pra essa teve uma redução de 20% no número de atletas. Temos que dar mais oportunidades porque a Confederação não é dona da verdade. Se o índice e o processo todo está difícil, temos que dar mais chances – explicou.

A adoção de tempos fortes também teve o objetivo de forçar a superação dos que estão visando 2016. Um exemplo foi Arthur Mendes Filho, do Corinthians, que foi medalha de bronze no Mundial Júnior em agosto de 2011, com 53s96, foi ao Teste Evento de Londres e baixou para 53s51, No Troféu Maria Lenk marcou 52s70 nas eliminatórias e 53s14 na final e na Tentativa Olímpica marcou 53s13 de manhã e 53s20 à tarde.

– Essa geração 2016 vem sendo preparada nas competições internacionais e em todos os ambientes que vão encontrar daqui pra frente. Sabem que não vai ser fácil. É como o cara que faz o vestibular antes, não passa, mas já sabe como é. Eles nadaram em Londres antes da seleção principal, fizeram treinamento em altitude e disputaram uma seletiva olímpica num clima totalmente diferente do encontrado nas grandes competições. Esses atletas estão se destacando e se tornando cada vez mais experientes – explicou.

A Tentativa Olímpica de Natação é realizada com recurso dos Correios – Patrocinador Oficial dos Desportos Aquáticos Brasileiros – e ainda do Bradesco/Lei de Incentivo Fiscal, Lei Agnelo/Piva – Governo Federal – Ministério do Esporte, Speedo e Sadia.

CBDA anuncia seleção olímpica – Os nadadores estão definidos. A única novidade poderá será inclusão de reservas no time de 4x100m livre masculino com os melhores tempos depois do quarteto principal. O time completo de técnicos e o programa detalhado até a aclimatação no Crystal Palace também serão definidos e anunciados oficialmente pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos no próximo dia 18/05.

ATLETAS CLASSIFICADOS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE LONDRES 2012

MASCULINO (14)
BRUNO FRATUS – 50M LIVRE
CESAR CIELO – 50M LIVRE / 100M LIVRE
DANIEL ORZECHOWSKI – 100M COSTAS
FELIPE FRANÇA SILVA – 100M PEITO
FELIPE LIMA – 100M PEITO
GLAUBER SILVA – 100M BORBOLETA
HENRIQUE BARBOSA – 200M PEITO
HENRIQUE RODRIGUES – 200M MEDLEY
KAIO MÁRCIO – 100M BORBOLETA / 200M BORBOLETA
LEONARDO DE DEUS – 200M BORBOLETA / 200M COSTAS
MARCELO CHIERIGHINI – 4X100M LIVRE
NICOLAS OLIVEIRA – 100M LIVRE
TALES CERDEIRA – 200M PEITO
THIAGO PEREIRA – 200M MEDLEY / 400M MEDLEY

FEMININO (4)
DAYNARA DE PAULA – 100M BORBOLETA
FABÍOLA MOLINA – 100M COSTAS
GRACIELE HERRMANN – 50M LIVRE
JOANNA MARANHÃO – 400M MEDLEY

About Eduardo Fischer

Eduardo Fischer é catarinense e natural de Joinville. Ex-Atleta Olímpico de natação da seleção brasileira e medalha de bronze no Mundial de Moscou, Fischer defendeu o país em dois Jogos Olímpicos (Sydney/2000 e Atenas/2004), 6 Campeonatos Mundiais e 1 Pan-Americano (Prata e Bronze). Bacharel em Direito e Advogado pela OAB/SC, Eduardo é especialista em Direito Empresarial pela PUC/PR e em Direito Tributário pela LFG/SP. Atualmente aposentado das piscinas, trabalha com Consultoria Tributária em um respeitado escritório de Advocacia (CMMR Advogados).

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