DO BLOG DO ALBERTO MURRAY…

Um País De Calhordas Liderados Por Um “Héroi Pícaro”.
Janeiro 12, 2010

Hoje mais um calhorda deu-se bem. José Roberto Arruda e seus asseclas deram um jeitinho de barrar o pedido de impeachment que tramitava na Assembléia do Distrito Federal. Os deputados distritais devem estar sensibilizados com o pedido público de perdão (mais um) feito pelo governador dos panetones. Isso não é novidade no Brasil. Seria muita pretensão nossa achar que o Arruda seria punido e passaria bons anos atrás das grades empanturrando-se de guloseimas natalinas. Mas está aí, ele, pilhado por incontestáveis provas de corrupção, livre para continuar as suas peripécias na política e na vida.

O caso Arruda apenas confirma regra do País. Todos os políticos malandros saem ilesos. É uma cena revoltante ver Lula beijando a mão de Jader Barbalho. Dá ânsia de vômito ter José Sarney presidindo o Congresso. É asqueroso ouvir Renan Calheiros, no plenário, dando palpites nos destinos da nação. Citei apenas alguns exemplos recentes. Se voltarem atrás e puxarem pela memória perceberão que não houve um único político sequer que tenha sofrido sanções à altura de seus crimes.

Lula é o nosso “herói pícaro”. Usa seu passado como escudo, quando deveria fazê-lo como exemplo. Um brasileiro pobre. Passou fome. Galgou o mais elevado dos degraus que vida lhe poderia oferecer. E tornou-se o presidente do “jeitinho”, que não hesita em aliar-se ao que de pior existe na política e no esporte do Brasil, desde que isso lhe some pontos de popularidade.

Lula finge que não vê, que não ouve o que está ao seu redor. O Lula no qual acreditávamos tinha uma proposta de esporte de massa. Em vez de fazer valer sua ideologia, foi mais uma vez sugado pelo discurso obsoleto das elites egoístas. Lula finge que acha que o Pan Americano do Rio 2.007 foi maravilhoso e que as reclamações sobre superfaturamento de 1.000% são coisa de gente chata, azeda. Como se ele próprio, ao longo de sua trajetória, não tenha sido um dos mais contundentes opositores de tudo que aparecia por ai. Hoje ele não aceita discutir a questão. Não cobra do TCU uma definição rápida para que seja explicado ao povo brasileiro aonde os organizadores do Pan enfiaram tanto dinheiro. Não questiona o legado social zero que os Jogos Pan Americanos Rio 2.007 deixaram. Tratar com dinheiro do povo é algo muito sério. Daqueles que comandam o esporte, eu nunca esperei nada. Mas ver Lula andar de braços dados com essa gente, é mais uma cena grotesca, como aquelas outras que eu citei acima. Lula, o “herói pícaro” da calhordagem nacional.

NOTA DO FISCHER:

Que Lula fez um discurso antes de se eleger e agora faz um outro completamente diferente, isso não existe dúvidas. Ele sempre liderou as campanhas de oposição aos governos que estavam no poder, cobrando, brigando, fazendo passeatas e discursos. Agora ele quem ignora esses mesmos métodos. Acho que o texto do Alberto cabe muito bem. É necessário que se dê uma solução para os problemas que foram encontrados na “contabilidade” do Pan 2007. Mas e aquela cobrança que todos dizem que o povo fará a respeito do Rio 2016? Onde está? Já descobriram um jeito de o povo fiscalizar um “esquema” do governo? Quero muito saber como.

Um abraço,

FISCHER.

About Eduardo Fischer

Eduardo Fischer é catarinense e natural de Joinville. Ex-Atleta Olímpico de natação da seleção brasileira e medalha de bronze no Mundial de Moscou, Fischer defendeu o país em dois Jogos Olímpicos (Sydney/2000 e Atenas/2004), 6 Campeonatos Mundiais e 1 Pan-Americano (Prata e Bronze). Bacharel em Direito e Advogado pela OAB/SC, Eduardo é especialista em Direito Empresarial pela PUC/PR e em Direito Tributário pela LFG/SP. Atualmente aposentado das piscinas, trabalha com Consultoria Tributária em um respeitado escritório de Advocacia (CMMR Advogados).

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